terça-feira, 15 de março de 2016

FRATURA DO TORNOZELO (MALÉOLO LATERAL)

FRATURA DO TORNOZELO (MALÉOLO LATERAL)


A FRATURA...

Passado exatamente 33 dias, ou seja, pouco mais de um mês após o acidente, resolvi escrever um pouco, para passar o tempo e também transmitir um pouco da experiência que tive durante esses dias para ajudar algumas pessoas que estejam passando pelo mesmo problema que eu, pois fiz várias pesquisas aqui no Google e não encontrei nada muito parecido com o que aconteceu comigo, espero que possa ajudar alguém, pois este é o objetivo principal pelo qual escrevo.

No dia 30 de janeiro fraturei o tornozelo jogando bola, costumo jogar apenas aos sábados, foi uma dividida, enfim, quebrou! No momento nem havia dado conta de que estava com o tornozelo quebrado, quase nem senti dor, mas a minha intuição era de que algo um pouco mais sério poderia ter acontecido, devido à intensidade do lance. Levantei-me e quando fui tentar andar, não consegui apoiar o pé direito no chão, o qual havia sido fraturado, pensei logo em alguma torção ou algo parecido. Fui pra casa e logo após, o tornozelo começou a luxar, mas nem fui ao médico, preferi aguardar para ver se melhorava no outro dia, até sai à noite, andando bem devagar e apoiando o pé com cuidado, foi um erro, erro que poderia ter agravado a situação, porém, por muita sorte não agravou. No dia seguinte meu tornozelo e meu pé estavam muito inchados (foto 01) e estava doendo um pouco, então no período da tarde fui ao médico do SUS, pois não tenho convênio, tirei a radiografia, e depois de passar com o médico de plantão, eis a notícia: Você está com uma fratura na Fíbula.


Foto 01 - Tornozelo
Foto 02 - Raio X


Não foi uma notícia da qual eu gostaria ter ouvido, mas aconteceu. O médico também me informou que eu iria precisar dar entrada no INSS e teria que me afastar por um tempo do serviço, pra ser sincero, fiquei bem chateado com a situação, mas temos que tentar tirar proveito das coisas que acontecem em nossa vida.

Minha fratura ocorreu no final da fíbula, o osso mais fino que temos na perna, além dele temos também a Tíbia, que é o osso mais espesso. Esta região da fratura é chamada de Maléolo Lateral. Ela se caracterizou pelo tipo A ou B (foto 03), não sei certamente, pois não sou especialista, mas ela foi simples e estável. A sorte estava ao meu lado, e não precisei de cirurgia, caso eu tivesse outras fraturas ou se o osso estivesse desalinhado, provavelmente eu iria precisar colocar placas e pinos.


Foto 03 - Fraturas do Maléolo Lateral


Foto 04 - Região do Maléolo Lateral

Foto 05 - Localização do Maléolo 













O médico marcou consulta para o dia dois de fevereiro, para que outro especialista acompanhasse meu caso mais de perto, acredito que o clínico que me atendeu estava ali para quebrar o galho. Ele receitou um remédio anti-inflamatório e outro para aliviar a dor, para tomar durante cinco dias, tomei apenas o anti-inflamatório, pois não estava com dores. Outra coisa importante que ele me falou, era para que eu não apoiasse de jeito nenhum o pé no chão.

Sai do PA com uma daquelas botinhas, na verdade é uma imobilização que eles fazem com gesso e atadura.

Foto 06 - Imobilização com gesso e atadura

ROBOFOOT (BOTA ORTOPÉDICA / IMOBILIZADORA).

Na terça-feira fui novamente ao PA, passei com o clínico especialista e ele remarcou a consulta para 15 dias. Ele me receitou uma bota ortopédica, conhecida também por ROBOFOOT, não sei se isso é marca, mas se você chegar a uma loja ortopédica e disser que precisa de uma bota ROBOFOOT, com certeza eles saberão o que é.

Sai de lá com uma nova botinha. No dia seguinte comprei a tal de ROBOFOOT, paguei cerca de R$ 140,00 reais, da marca MERCUR. No estabelecimento não quiseram remover a botinha, então eu mesmo retirei em casa, é bem simples, mas o ideal é retirá-la em alguma unidade do SUS.

Essas botas são enormes, acabei comprando o tamanho G (41 ao 46 ), que era compatível com o meu número, mas eu achei a bota muito grande e fui até a loja no dia seguinte para trocar por um número menor, tamanho M ( 36 ao 40). Ela também era enorme, se eu tivesse comprado a P (32 ao 35), acredito que serviria, então não entendi muito bem essa bota, talvez outras marcas sejam diferentes, mas fica ai dica, estou usando a M, e não tem problema nenhum.

Outra dúvida que tive, e ninguém soube esclarecer no estabelecimento em que eu comprei a bota ortopédica, era em relação ao cano dela, podendo ser curto ou alto, optei pelo cano alto, pois a botinha que fizeram no SUS ia até o joelho praticamente. Algum tempo depois, descobri que poderia ser cano curto, pois se tratava de uma fratura no tornozelo, então não há problemas em utilizá-la, acho que a de cano curto é mais prática em relação a cano alto, mais leve e mais confortável.
Foto 07 - Modelo da bota que eu comprei - Bota ROBOFOOT / Ortopédica / Imobilizadora (marca Mercur)


A principal vantagem dessa bota é no momento de tomar banho, pois você pode retirá-la, então facilita um pouco e eu acho mais higiênico também. Mas nem em todos os casos você poderá utilizar essas botas, somente se o médico permitir. Eu li alguns relatos de algumas pessoas que usaram a botinha feita no SUS por 15 dias e depois utilizaram a bota ortopédica. No meu caso o médico autorizou utilizá-la diretamente.

Particularmente, no começo eu estranhei bastante essa bota, não sabia se estava usando da maneira correta e se isso poderia prejudicar a minha recuperação, não sei se não estava apertando ela da maneira correta. Uma coisa que notei é que esta bota da Mercur, talvez outras sejam diferentes, não tem uma imobilização total, ou seja, você conseguirá fazer um pequeno movimento dentro dela com o pé, é como se o calcanhar não ficasse completamente apoiado no assento da bota. Também não sei lhes dizer se isso é um problema, eu perguntei ao médico no meu retorno de 15 dias e ele disse que não tinha problema, era só evitar colocar o pé no chão para não agravar o caso.

Existe uma recomendação na embalagem da bota ortopédica para que o usuário não durma com ela, porém o médico diz para que você a utilize-a o máximo de tempo possível, até mesmo para dormir. Liguei no fabricante da bota e coloquei a minha dúvida em questão, e a atendente me explicou que não recomenda por que algumas pessoas apertam muito as fivelas da bota, prejudicando a circulação, e me disse que eu poderia usá-la para dormir, mas eu deveria afrouxa-la um pouco, fica a dica.

Após alguns dias comecei a me acostumar com a bota, ela incomoda um pouco, mais nada que você não se acostume.

Andei lendo alguns sites aos quais relatavam que o gesso ou a bota imobilizadora deverá ser utilizada entre 6 e 8 semanas, este mesmo tempo será tomada por base para dirigir. Logo se acostume e aprenda a andar de muletas, não é tão difícil assim.


CONSULTA DE 30 DIAS...

Após 6 semanas aproximadamente, retornei ao médico com muitas expectativas, tive notícias boas, mas não era exatamente o que eu ainda queria. O médico suspendeu o uso da bota imobilizadora \o/, porém, terei que usar a muleta para apoiar o pé no chão. Durante 2 semanas irei usar as duas muletas, mais 2 semanas com apenas uma muleta do lado do pé que não foi fraturado e então liberdade, poderei andar novamente sem elas. A região do tornozelo ainda continua inchada.

O médico ainda não me autorizou dirigir, disse para que eu voltasse a dirigir somente quando eu não precisasse mais das muletas, ou seja, daqui um mês, mas estou pensando seriamente nisto.


Foto 07 - Após 6 semanas.

INSS...

(Em breve)


DICAS

Nem sei se o que irei dizer são dicas, acho que as pessoas costumam fazer isso, mas fica registrado para que outros que tenham dificuldade em tomar banho ou mesmo fazer a barba, por exemplo.  Usar um banquinho, dessas banquetas de plástico que encontramos nos supermercados, para apoiar o joelho do tornozelo fraturado, assim ficaremos com uma das pernas apoiadas ao chão e o joelho apoiado na banqueta, acreditem, isso ajuda, para fazer a barba a mesma coisa, enfim você pode usar essa técnica para o que achar melhor.

Para usar a bota ortopédica eu enfaixava a perna com atadura de crepom, acho que ela tem 20 cm x 1,80 m, você pode encontrar isto nas farmácias. Ela irá ajudar na questão da higiene, fazendo com que a pele não esteja em contato direto com a espuma da bota, ajudando a diminuir a transpiração. A cada dois dias você pode lavá-la, eu comprei três e a cada dois dias eu trocava.

Para aliviar a luxação do pé, é necessário elevá-lo a uma posição acima do coração, eu particularmente não fiz isso, mas é recomendável eleva-lo a esta altura para desinchá-lo. Esta prática ira ajudar na circulação do sangue.

Para dormir, normalmente eu coloco dois travesseiros embaixo da perna fraturada, eu acho que ajuda um pouco.

Movimente os dedos do pé com frequência para aumentar a circulação de sangue do pé, isto irá ajudar a desinchar.

Use ao máximo a bota ortopédica, ela faz o papel do gesso, então não a remova durante o dia, use-a regularmente, somente a retire para tomar banho mesmo.

Li em alguns sites que a alimentação é fundamental para acelerar o processo de calcificação, então alimente-se bem, ingira alimentos que contenham cálcio, vitamina D e ômega 3.


Aproveite para assistir as séries que você estava planejando assistir, jogar videogame, ler bons livros, assistir filmes, pois neste momento você irá precisar de muita paciência. Boa sorte e uma boa recuperação.

FISIOTERAPIA ?

Esta foi uma dúvida que me deixou com a pulga atrás da orelha, pois bem, no meu caso o médico não solicitou fisioterapia, não sei se acabou esquecendo ou se realmente não seria necessário. Algo importante que devemos fazer é sempre questionar o médico, fazer perguntas, no meu caso eu fazia uma listinha com as perguntas para não acabar esquecendo. O médico que acompanhou meu caso não falava nada, portanto tive que pesquisar muito por conta própria e as minhas dúvidas eu levava até ele, a fisioterapia foi uma exceção a qual acabei esquecendo-me de perguntar.

Algumas fisioterapias iniciam antes da remoção da bota ortopédica, outros iniciam depois de retirá-la, enfim, cada caso é um caso e o médico é quem irá dizer se será necessária ou não. Recordo-me que na minha penúltima consulta o médico havia me passado o procedimento para começar a andar sem as muletas, como já comentei anteriormente. Neste encontro ele não comentou nada sobre a fisioterapia e a próxima consulta seria a aproximadamente um mês e meio. Pesquisando, observei que seria dentro deste período que eu deveria fazer a fisioterapia, pois ela ajudaria na reabilitação plena dos movimentos do tornozelo, eu fiquei bem preocupado, e na semana seguinte eu retornei ao PA (Pronto-Atendimento) para procurar o médico e perguntar a ele desta necessidade, não o encontrei lá, porém me passaram com outro especialista. Este por sua vez, agiu de forma negligente, perguntei da necessidade da fisioterapia, ele olhou para mim, e simplesmente receitou o que eu havia questionado sem ao menos observar um raio-X da fratura.

Algum tempo depois, logo após a remoção da bota ortopédica, fui até uma clínica de fisioterapia e levei os raios-x da fratura, porém ninguém soube avaliar meu caso, disseram que seria necessário a avaliação de um especialista, enfim, acabei desistindo e deixei como estava.

A minha última consulta foi apenas uma formalidade, o médico me deu alta e finalmente eu não voltaria mais àquele lugar.

UM ANO DEPOIS...

Um pouco mais de um ano se passou e resolvi escrever novamente para dizer como estou. Pesquisando aqui, acabei encontrando o blog, o qual eu havia me esquecido, e resolvi terminá-lo.
No começo, logo após começar a andar sem as muletas, foi um pouco complicado, era como se estivesse aprendendo a andar novamente, sentia um pouco de dor e desconforto, mancava bastante, este foi um processo meio longo, mas aos poucos eu iria me reabilitando gradualmente.

Hoje não sinto mais dores, ando normalmente como era de se esperar, o pé não luxa mais, porém foram uns onze meses mais ou menos para que começasse a parar de luxar, quanto à fisioterapia, acredito que esta não tenha sido necessária mesmo, ao que me parece os movimentos do meu pé estão normais, mas é importante frisar a sua importância dependendo da situação. O único teste que ainda não fiz, foi voltar a praticar alguma atividade física, no meu caso o futebol, o médico havia permitido o meu retorno após sete meses a contar a partir do dia da fratura.


Desde o dia da fratura até o meu retorno ao trabalho foram aproximadamente 90 dias encostados pelo INSS. Para aqueles que estão passando por isso, torço pela recuperação rápida de vocês e espero que logo mais possam retornar as suas atividades habituais.